Nesta quarta-feira (28), o presidente da Guiana, Mohamed Irfaan Ali, expressou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) detém a responsabilidade de fornecer liderança na América do Sul, visando garantir a paz e estabilidade na região.
Em resposta à indagação da CNN sobre o papel do presidente Lula na mediação das discussões sobre Essequibo, uma região rica em petróleo que abrange dois terços do território da Guiana e é objeto de reivindicação pela Venezuela, Irfaan Ali afirmou: “Penso que ele tem uma grande responsabilidade sobre os seus ombros no sentido de proporcionar liderança regional. Ele já tem feito isso. Ele estendeu a mão tanto para a Guiana quanto para a Venezuela.”
O presidente guianense ressaltou que Lula é uma “voz estável, uma voz da razão”, e argumentou que o papel do ex-presidente é assegurar a permanência da paz e estabilidade, garantindo que todas as partes ajam dentro dos limites do direito internacional.
Durante seu discurso no encerramento da cúpula dos chefes de governo da Comunidade do Caribe, Lula afirmou que cabe aos países da região manterem-na como uma zona de paz, destacando o desafio de preservar a autonomia em meio à rivalidade geopolítica.
No final de dezembro, o Reino Unido decidiu enviar um navio de guerra para a Guiana como demonstração de apoio diplomático e militar. Essa decisão gerou reações na região, com Nicolás Maduro reforçando as tropas na fronteira com a Guiana. O governo brasileiro expressou preocupação e defendeu a busca por uma solução bilateral para o impasse.
Lula, em sua atual visita à Guiana, deverá agradecer ao presidente Irfaan Ali por sua disposição em dialogar com Nicolás Maduro sobre a questão de Essequibo. Posteriormente, o ex-presidente viajará para participar da cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) em São Vicente e Granadinas, onde também se encontrará com Maduro.
Relatos indicam que, durante esse encontro, Lula abordará, entre outros temas, a importância de definir uma data para as eleições presidenciais na Venezuela ainda em 2024, conforme acordado em Barbados em outubro do ano passado. Esse acordo prevê eleições transparentes e a libertação de opositores presos, resultando na suspensão parcial das sanções econômicas pelos Estados Unidos contra a Venezuela.