A Microsoft busca filtrar e bloquear ligações atendidas pelo usuário por meio do Azure Operator Call Protection. O programa analisa, por meio de inteligência artificial (IA), as conversas em tempo real e alerta a pessoa se a chamada parecer suspeita. A empresa tem testado o software e exibe seu funcionamento no Mobile World Congress (MWC 2024), maior feira de tecnologia móvel do mundo, que começou nesta segunda-feira (26) e vai até quinta-feira (29).
O Azure Operator Call Protection aparece num contexto no qual chamadas de spam (atendidas ou não) ainda são pedra no sapato dos usuários. Para você ter ideia, uma pessoa atende, em média, 14 chamadas deste tipo por mês, segundo estudo realizado pela plataforma de segurança Hiya. A pesquisa analisou 98 bilhões de ligações ao redor do mundo.
Além disso, a Comissão Federal de Comunicações dos Estados Unidos recentemente intensificou a repressão às chamadas automáticas (“robocalls”) ao considerar ilegais as chamadas de golpe feitas usando vozes geradas por inteligência artificial.
A Microsoft trabalha com o BT Group para testar a tecnologia, mas não informou quando ela pode chegar ao mercado. No futuro, o recurso poderia se expandir para além das chamadas de voz. “Estamos avaliando primeiro a voz”, diz Shawn Hakl, vice-presidente de estratégia 5G para o programa Azure for Operators da Microsoft. “Mas há um claro interesse no lado do texto também.”
IA da Microsoft em ligações
O Azure Operator Call Protection é um serviço que a Microsoft disponibilizará como opção para as operadoras oferecerem a seus assinantes. O programa usa IA para escutar indícios de que uma chamada pode ser fraudulenta ao longo de uma conversa. Tais indicadores podem incluir linguagem que incentiva o destinatário a divulgar informações sensíveis por telefone, diz Hakl.
Entre os golpes mais comuns estão golpistas se passando por Amazon, provedores de seguro e empresas de cartão de crédito, bem como bandidos tentando enganar usuários para obter informações sobre convênio médico, de acordo com a Hiya. Hakl também diz que o modelo de IA será atualizado ao longo do tempo, conforme novos tipos de ameaças surgirem.
A versão atual da ferramenta interromperá a chamada para alertar o usuário se achar a ligação suspeita. A partir daí, o usuário pode escolher terminar a chamada ou pedir mais detalhes sobre as motivações por trás da sinalização.”Ele te dá o máximo de informações que podemos apurar e então permite que você tenha a autonomia para fazer a escolha”, disse Hakl.
O serviço seria opt-in. Isto é, os usuários teriam que consentir para usá-lo. E os dados das chamadas não são salvos nem usados para treinar os modelos de IA da Microsoft. “Uma vez que a chamada é concluída, e uma vez que o cliente escolheu ouvir a recomendação ou fazer consultas adicionais, ela se vai”, disse Hakl.
Fonte: Olhar Digital
