Os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as consequências da extração de sal-gema pela Braskem em Maceió iniciaram efetivamente nesta terça-feira (27) no Senado. A CPI, instalada em dezembro de 2023 e retomada recentemente, será presidida pelo senador Omar Aziz (PSD-AM) e terá relatoria de Rogério Carvalho (PT-SE). A investigação visa apurar as causas e responsáveis pelo afundamento de bairros da capital alagoana, considerado o maior desastre ambiental urbano do Brasil.
O plano de trabalho da CPI inclui três eixos: investigação das causas, dimensão das consequências, responsabilização e reparação, e lacunas na atuação dos órgãos de controle, propondo melhorias legais e regulatórias. O relator pretende coletar informações da Braskem, órgãos públicos e ouvir especialistas, incluindo uma diligência em Maceió. Os requerimentos de convocação serão votados na próxima sessão.
A CPI, apesar do presidente afirmar ser técnica, já apresenta contornos políticos, influenciando as eleições em Alagoas. Renan Calheiros, inicialmente cotado para a relatoria, desistiu após Rogério Carvalho ser escolhido. Adversários, Renan e Arthur Lira tentam controlar a narrativa sobre o caso. A investigação pode impactar a imagem de políticos locais, e a CPI é acompanhada de perto devido ao desgaste eleitoral esperado.