No litoral da Baixada Santista, em São Paulo, a violência policial tem sido responsável pela morte de 39 pessoas desde o dia 2 de fevereiro, quando o policial militar Samuel Wesley Cosmo foi morto durante um patrulhamento em Santos. Os casos de supostos confrontos com a polícia têm causado preocupação e levaram a Secretaria de Segurança Pública (SSP) a mobilizar as polícias Civil e Militar para localizar e prender os envolvidos nos crimes.
Na última quarta-feira (28), um rapaz foi atingido por tiros de arma de fogo durante uma troca de tiros entre suspeitos e agentes de segurança em São Vicente. A vítima não resistiu aos ferimentos e veio a falecer no dia seguinte, elevando o total de mortes desde fevereiro para 39.
Um levantamento realizado pelo Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp) do Ministério Público de São Paulo revela que houve um total de 52 mortes em decorrência de intervenção policial nos primeiros dois meses deste ano na região da Baixada Santista. Comparativamente, no mesmo período do ano anterior, foram registradas apenas dez mortes.
A SSP garante que todos os casos de mortes em confronto estão sendo rigorosamente investigados pela Polícia Civil e Militar, com acompanhamento do Ministério Público e Poder Judiciário. Uma comitiva foi formada para colher depoimentos sobre as operações da Polícia Militar na região, com a presença de autoridades como o ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo, representantes da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos e membros de outras entidades.
As operações policiais na Baixada Santista, como a Operação Escudo e a Operação Verão, têm sido justificadas como uma forma de combater o crime organizado na região. No entanto, especialistas alertam para a necessidade de evitar repetições de episódios como os ocorridos na Operação Escudo de 2023, que resultaram na morte de 28 pessoas em apenas 40 dias.
Diante das denúncias de moradores sobre execuções, tortura e abordagens violentas por parte dos policiais militares, é fundamental que as autoridades mantenham um rigoroso controle sobre as operações e investiguem todos os casos. A violência policial não pode ser considerada uma estratégia de sucesso, mas sim um reflexo da falta de ações preventivas e investigativas adequadas. Os moradores da região e as entidades de direitos humanos precisam ser ouvidos e suas denúncias devidamente apuradas para garantir a segurança e a integridade de todos os cidadãos da Baixada Santista.
Fonte: A Noticia Alagoas