As operadoras de planos de saúde tiveram um desempenho financeiro positivo nos primeiros três meses de 2024, com um lucro líquido de R$ 3,33 bilhões, o melhor resultado para um primeiro trimestre desde 2019. Os dados foram divulgados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) nesta quarta-feira (12).
Esse lucro representa cerca de 3,93% da receita total acumulada no período, que ultrapassou os R$ 84 bilhões. O bom desempenho financeiro foi observado em todos os segmentos das operadoras de planos de saúde. As operadoras exclusivamente odontológicas apresentaram um lucro de R$ 187,9 milhões, as médico-hospitalares de R$ 3,07 bilhões e as administradoras de benefícios de R$ 66,4 milhões.
Um destaque importante foi que as operadoras médico-hospitalares tiveram um saldo positivo na diferença entre receitas e despesas diretamente relacionadas às operações de assistência à saúde, alcançando um resultado operacional de R$ 1,9 bilhão, um patamar semelhante aos anos anteriores à pandemia de Covid-19.
Mesmo em um cenário de redução das taxas de juros, a remuneração das aplicações financeiras acumuladas pelas operadoras médico-hospitalares continuou contribuindo significativamente para o resultado líquido total, alcançando um resultado financeiro positivo de R$ 2,3 bilhões apenas no primeiro trimestre de 2024.
O diretor de Normas e Habilitações das Operadoras da ANS, Jorge Aquino, ressaltou a importância das operadoras investirem em gestão e na prestação de serviços de qualidade para garantir a melhoria dos serviços oferecidos aos beneficiários.
Analisando os resultados por porte de operadora, foi verificado que as médico-hospitalares de grande porte foram responsáveis pela recuperação do resultado líquido do setor. Em relação à sinistralidade, indicador que explica o desempenho das operadoras médico-hospitalares, o índice foi de 82,5% no primeiro trimestre de 2024, indicando que aproximadamente 82,5% das receitas são utilizadas com despesas assistenciais.
Essa redução na sinistralidade em 2024, em comparação com anos anteriores, resulta da recomposição das mensalidades dos planos em relação às despesas, especialmente nas operadoras de grande porte. O setor passa por um período de reorganização de contratos para recuperar os resultados na operação em um contexto de aumento de beneficiários e queda dos juros.
Fonte: A Noticia Alagoas