Político já foi preso outras três vezes em Alagoas, em 2007, 2010 e 2014.
A Polícia Federal prendeu na manhã de segunda-feira, 22, o prefeito de Rio Largo, Gilberto Gonçalves, na segunda fase da Operação Beco da Pecúnia, investigação sobre supostos desvios de recursos do Fundeb e do SUS, além de possíveis crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Gilberto Gonçalves é alvo de mandado de prisão preventiva – sem data para acabar. Além da prisão do prefeito, que já estava afastado das funções desde a primeira etapa ostensiva do inquérito, os agentes da Polícia Federal vasculharam um endereço de Rio Largo.
A PF diz ter identificado ‘uma atuação visando impedir ou embaraçar a investigação que envolve organização criminosa’, além dos demais crimes já sob investigação, que teriam sido cometidos entre 2019 e 2022.
A apuração se debruça sobre supostas ilegalidades nas contratações e pagamentos realizados pelo município em favor de duas empresas, para compra de material de construção, peças e serviços para veículos. De acordo com a PF, as companhias teriam recebido cerca de R$ 20 milhões do município.
De acordo com a PF, a investigação identificou que, entre 2019 e 2022, foram realizados 245 saques “na boca do caixa” de contas de tais empresas, com o valor individual de R$ 49 mil. As retiradas se deram logo após as empresas terem recebido recursos de contas do município de Rio Largo.
OUTRAS PRISÕES DE GONÇALVES
Gilberto Gonçalves chegou a ser preso em três outras ocasiões, nos últimos quinze anos.
Em dezembro de 2007, Gilberto Gonçalves foi preso pelos crimes de formação de quadrilha, peculato, lavagem de dinheiro e crime contra o sistema financeiro nacional. Ele foi acusado, pela Polícia Federal, de participar do desvio de R$ 300 milhões da folha de pagamento do legislativo estadual, durante sete anos. O esquema, que ficou conhecido através da Operação Taturana, seria coordenado por deputados estaduais e Gonçalves chegou a ser flagrado em interceptações telefônicas onde cobrava parte do dinheiro do esquema milionário.
Em 2010, ele foi preso por ameaçar de morte: “com um tiro na cabeça”, um ex-funcionário que entrou com uma ação trabalhista contra ele. A prisão havia sido decretada em dezembro de 2009. A denúncia desse caso foi feita em julho de 2005.
Em 2014, ele foi detido na casa onde mora, em Rio Largo, suspeito de facilitar a fuga de um motorista que fazia propaganda política irregular e que havia acabado de receber ordem de prisão por crime eleitoral.